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Ciclo de palestras debate soluções para a cidade em referência ao Dia Mundial da Água

O prefeito Léo Vieira destacou a grave situação do abastecimento de água e do saneamento básico no município. Fotos: Elias Nicácio

A Prefeitura de São João de Meriti, por meio da Secretaria de Ambiente, Mudanças do Clima e Bem-Estar Animal, realizou nesta quinta-feira (20) um ciclo de debates em referência ao Dia Mundial da Água, celebrado no próximo sábado. O evento ocorreu no Centro Cultural Meritiense e contou com palestras de especialistas do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE). O objetivo foi discutir os desafios hídricos enfrentados pela cidade e possíveis soluções.

Durante o encontro, o prefeito Léo Vieira destacou a grave situação do abastecimento de água e do saneamento básico no município. “Os moradores de São João de Meriti não têm muito o que comemorar no Dia Mundial da Água. Nossa cidade está muito longe do desejado por nós. Vários bairros enfrentam problemas regulares de abastecimento de água e a cidade tem 0% de tratamento de esgoto”, afirmou. Ele ressaltou que tem se reunido com a concessionária Águas do Rio para buscar soluções. O prefeito também lembrou que, quando a CEDAE leiloou sua concessão em 2021, São João de Meriti foi a única cidade do bloco arrematado que não incluiu o saneamento básico no contrato. “Nós, como concedente da concessão, não vamos abrir mão do nosso direito de cobrar o abastecimento para todos os moradores da cidade”, garantiu.

O secretário de Ambiente, Mudanças do Clima e Bem-Estar Animal, Antônio Marcos Barreto, abordou a degradação dos rios que cortam o município. “Nós fazemos parte da Bacia Hidrográfica do Atlântico Sudeste. Antigamente, o território era banhado pelo Rio Meriti e pelo Rio Sarapuí, que tinham um papel importante no escoamento da produção da época. Hoje, temos vários cursos d’água completamente poluídos, e nosso desafio é implantar políticas públicas de educação ambiental para que todos possam entender e valorizar esse recurso natural tão essencial”, explicou. Ele defendeu a implementação de ações alinhadas à “Agenda Azul”, voltada para a proteção dos recursos hídricos, e à “Agenda Marrom”, que trata do saneamento básico.

O professor André Leone, do Departamento de Engenharia Ambiental do CEFET-RJ, apresentou soluções para a requalificação dos rios. “O saneamento não pode ser feito de um dia para o outro. Por isso, trabalhamos com técnicas de oxidação química estabilizada para melhorar a qualidade dos rios. Se isso não for feito, a poluição cresce devido ao aumento da população e da geração de esgoto residencial”, explicou. Segundo ele, a aplicação da chamada “química do bem” pode ser uma alternativa eficaz para melhorar os parâmetros de qualidade das águas em São João de Meriti.

Já o professor Gabriel Farias, da UERJ, trouxe um dado alarmante sobre a contaminação dos rios locais. “A toxicidade está diretamente ligada ao despejo de esgoto nos rios. No caso do Rio Pavuna, que deságua no Rio Meriti, nossa pesquisa revelou a presença de cocaína e de seu principal metabólito em níveis superiores aos identificados em outros rios ao redor do mundo. Isso é preocupante, pois pode afetar negativamente a saúde dos peixes e, consequentemente, quem os consome”, alertou. Ele lembrou ainda que, em 2024, a imprensa noticiou a presença de cocaína no organismo de tubarões no Rio de Janeiro.

O gerente de Responsabilidade Socioambiental da CEDAE, Paulo Henrique Pereira Reis, destacou iniciativas para a recuperação ambiental do município. “Em fevereiro, a CEDAE lançou uma proposta ousada: produzir 1 milhão de mudas em 2025. A Prefeitura de São João 

O evento ocorreu no Centro Cultural Meritiense. Fotos: Elias Nicácio
O objetivo foi discutir os desafios hídricos enfrentados pela cidade e possíveis soluções..Fotos: Elias Nicácio
Participantes do evento reunidos ao final das palestras. Fotos: Elias Nicácio

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