Hospital Municipal de São João de Meriti completa quatro meses

Uma entrevista com a secretária de Saúde Marcia Lucas
21 de setembro de 2020.
Com quase meio milhão de habitantes São João de Meriti nunca havia tido um hospital municipal para atender à população, possuindo, ao longo de sua história, apenas UPAs e postos de saúde. Esse panorama mudou no dia 20 de maio de 2020, durante a pandemia do novo coronavírus, ocasião em que foi inaugurado o primeiro andar do Hospital Municipal de São João de Meriti – Abdon Gonçalves (confira), que completou quatro meses neste domingo (20/9).
O prédio, no bairro Jardim Meriti, abrigava o antigo Posto de Assistência Médica – PAM, até então, maior unidade de saúde da cidade e teve as obras de reforma adiantadas para receber os pacientes vítimas do novo coronavírus, passando a contar com 30 leitos de UTI (completos), habilitados no Ministério da Saúde. A unidade continua em obras, nos segundo e terceiros andares para completar a transformação e atender a todos quando a pandemia acabar.
Nesses quatro meses de existência, o Hospital Municipal recebeu 201 pacientes graves de covid-19 para internação e, por meio dos esforços das equipes e do apoio das famílias, mais da metade deles conseguiu se recuperar e ter alta (confira a primeira primeira).
Para falar um pouco mais sobre esses período entrevistamos a secretária de Saúde, Marcia Lucas, confira:
Como secretária da pasta, como foi inaugurar o primeiro hospital municipal da cidade?
Motivo de muito orgulho para mim e para toda nossa equipe, afinal é uma grande conquista da nossa gestão e um legado para a cidade. O antigo PAM, há anos, não conseguia mais atender nossa população como deveria.
Como era antes?
Antes do hospital, o paciente de covid-19 era transferido da UPA de Jardim Íris para CTIs de municípios distantes como Volta Redonda, o que o deixava longe da família e por vezes sem notícia alguma.
Com a abertura do hospital, o morador passou a ficar aqui mesmo, e com isso notamos que o simples fato dele estar internado perto de sua família já ajudava muito no seu tratamento. Além disso, nós ainda temos o hábito de fazer ligações por videochamada com a família, o que ajuda todos os lados.
Inaugurar a unidade nesse período foi a salvação para a população que precisou do serviço.
Como vai ser após a pandemia?
Vamos passar a internar pacientes com outros problemas de saúde que não sejam covid-19. Quando a ampliação final acabar, vamos ter dois centros cirúrgicos grandes, um CTI, setor de hemodinâmica (para angioplastia e cateterismo por exemplo) e cirurgias. Colocaremos mais 60 leitos de internação e ambulatório e ainda estudamos a implantação de um setor de oncologia.
Nesses quatro meses, o que mais chamou ou chama sua atenção?
Sem dúvida o tempo médio de internação dos pacientes. Em geral, em outros hospitais, a pessoa, com o mesmo problema de saúde, fica internada por cerca de dois meses, já em nossa unidade a média de internação varia entre 20 e 25 dias.
Sair do CTI nesse prazo, após ter chegado tão debilitado é motivo de muito orgulho pra gente, eu fico muito emocionada com o trabalho desenvolvido pelas equipes. Tivemos casos de pessoas com mais de 90 anos recebendo alta.
Valeu a pena toda essa mudança?
Transformar a UPA no nosso primeiro hospital municipal valeu, tem valido e ainda vai valer muito a pena, nossa gestão tem muito foco e não vamos perder isso.
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Fim da entrevista.
Rede de Saúde
Para dar conta de tantos munícipes e atender moradores de cidades vizinhas, um verdadeiro complexo de saúde cerca o hospital.
São duas UPAs 24h para urgência e emergência (uma adulta e uma pediátrica), postos de saúde com programas voltados para as famílias e atenção básica, Centro de Saúde Aníbal Viriato, Laboratório Central, Centro de Imagem e Diagnóstico – CID (moderno e equipado), SAMU (referência em qualidade de atendimento), entre outras.
Além disso, existem unidades em reformas para aumentar ainda mais a capacidade de atendimento da Secretaria de Saúde da Prefeitura de São João de Meriti.